Ela tinha vergonha, mas eu desejava eternizar aquele momento.
Invadi a sala de parto com a câmera no ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho. Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a assistir ao filme. Perdi a conta das cópias que fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos.
Meu filho e minha esposa eram o meu orgulho.
Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro. Como e la categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto mais uma vez com a câmera ao ombro. As pessoas que me conhecem sabem que havia apenas amor de pai e marido naquele ato. O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração de meu orgulho.
Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu urologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata. Eu lá, com as pernas naquelas malditas perneiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um... FILHO DE UMA... DEIXA PRA LÁ!!!) quase na minha garganta e a mulher gritando:
"- Ah! Doutor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita!
Semana que vem estou enviando uma para o senhor! "
Meus olhos saindo da órbita a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia falar. O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do meu nariz. A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema:
"- Isso, doutor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora... "
Alcancei um sapato no chão e joguei na maldita. Agora, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma cópia do filme, que o enviem de volta

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